Como memorizar melhor as informações?

Publicado em 08/01/2021 por Luzia Kikuchi

Primeiro post do ano de 2021!

Tirei essas duas semanas de recesso de final de ano para colocar redes sociais e mais algumas tarefas de casa em dia e, por isso, acabei não postando por aqui e nem no canal. (Me siga nas redes sociais @canal.comoaprender, se quiserem ter notícias por onde ando, quando fico sumida por aqui).

E agora em janeiro, teremos uma das provas mais aguardadas do ano pelos estudantes: ENEM 2020 (pois é, como foi adiado por conta da pandemia, ele está sendo realizado em 2021).

E nessa edição, o ENEM terá uma novidade: haverá uma versão digital da prova. Não sabemos muitas informações ainda além do edital de inscrição, já que nem o INEP divulgou ainda as instruções sobre o dia da prova impressa*, que será agora em janeiro, o que dirá então da versão digital que será só em fevereiro… Aguardemos as informações dos “próximos capítulos”.

* até o dia da publicação deste post. Clique no link para verificar as atualizações.

Eu iniciei esse post falando sobre o ENEM, mas não pretendo discorrer sobre esse assunto neste texto. Na verdade, por ser um tema relacionado, e saber que sempre tem uns estudantes “desesperados de última hora”, que fazem loucuras para memorizar mais informações para a prova, resolvi escrever um post para ajudar a “otimizar o seu cérebro” para reter melhor as informações aprendidas ao longo do ano. Se você já acompanha o blog e o canal desde o início, talvez já tenha ouvido falar de algumas dessas dicas. Mas, tentei consolidar mais uma vez para reforçar o recado!

A primeira coisa que devemos lembrar é que: mente cansada não aprende e nem memoriza coisas novas. Portanto, começo com a primeira dica muito importante.

Dica 1: Priorize o seu sono

É primordial que você consiga equilibrar o tempo de descanso com o estudo. Obviamente, dependendo de cada pessoa, o tempo de recuperação pode variar de acordo com o treino e hábito dela. Existem pessoas que são mais tolerantes ao stress, por exemplo, e sentem necessidade de menos horas de sono do que a média (que gira em torno de 8h). Então tudo precisa ser levado em conta também, ok? Não temos “receita pronta” por aqui.

Eu sempre ressalto a importância de valorizar o tempo de descanso para que vocês não cometam o mesmo erro que cometi quando estava prestando vestibular.

Um pouco da minha experiência com o vestibular…

Quando estava no último ano do Ensino Médio, com o intuito de dar conta do colégio e do cursinho, ficava acordada à base de energético, como o pó de guaraná, já que não tinha o hábito de tomar café nessa época. Cheguei a passar épocas que dormia apenas duas horas por dia.

O que eu não sabia é que isso estava sendo totalmente contra produtivo. O fato de não dormir um tempo suficiente estava prejudicando a capacidade do meu cérebro de fazer a consolidação da aprendizagem, como eu já citei neste post aqui. Além disso, se eu soubesse ao menos que, pequenos cochilos de 60 a 90 minutos também poderiam ajudar a recuperar da fadiga cognitiva, não teria feito toda essa loucura.

O preço dessa privação de sono foi alto: fui parar no hospital duas vezes (para ver que eu sou uma pessoa “teimosa” rs).

Na primeira vez, foi por causa de uma enxaqueca terrível, que nem conseguia abrir os olhos, pois a minha cabeça latejava só de olhar para a claridade. O colégio precisou ligar para os meus pais virem me buscar para me levar para o hospital. 

Chegando lá, o médico me examinou, perguntou o que estava fazendo ultimamente. Depois de ouvir toda minha explicação em silêncio, perguntei: 

“Então, doutor? O que eu preciso fazer para sair daqui?”. 

Ele simplesmente me disse:

“Você vai para sua casa e vai dormir. Nada mais”

Fiquei indignada. Falei que tinha um monte de coisa para fazer, que tinha duas aulas importantes no cursinho, que não poderia faltar e etc.

Eu não tinha muita noção na época, mas acredito que o meu estado era mais ou menos assim:

Nesse dia, minha mãe quase me amarrou na cama para garantir que eu não fizesse nada além de repousar! rs

Na segunda ocasião em que fui parar no hospital, isso já depois de concluir o Ensino Médio, foi por conta de uma intoxicação alimentar. Sem uma razão aparente, comecei a ter várias “placas” avermelhadas sob a pele que doía só de encostar o tecido da própria roupa. No hospital me deram um anti-histamínico (remédio para aliviar a alergia) que fez a minha pele voltar ao normal.

Até hoje não sei o que causou aquela reação, mas acredito que o excesso de consumo de energético como o pó de guaraná, combinada com uma má alimentação e pouco descanso deve ter desequilibrado o meu corpo.

Por isso, não repitam a bobagem que fiz quando era mais nova. 

E além de combinar uma boa noite de sono, sigo para a próxima dica que é essencial para ajudar na memorização dos conteúdos.

Dica 2: Faça revisão no dia seguinte à noite de sono

Neste post, cito um estudo comparativo que analisou a eficácia da aprendizagem de um grupo A de estudantes que fizeram uma revisão no mesmo dia que estudaram um conteúdo e estudantes do grupo B que fizeram a revisão na manhã seguinte à noite de sono. E adivinhem qual foi o resultado? O grupo B levou menos tempo para aprender o conteúdo e ainda conseguiu reter por mais tempo essas informações, segundo os resultados de um teste que foi aplicado seis meses depois.

Por isso, além da importância de dormir, saber dosar a quantidade de conteúdos e manter uma rotina de revisão periódica vai te ajudar a aprender e reter o conteúdo por mais tempo em sua memória.

E, para cada tipo de conteúdo, existem algumas estratégias diferentes de estudos. Eu vou citar algumas delas a seguir.

Dica 3: Otimize o seu método de estudo

As pessoas que já me acompanham desde o início do projeto sabem que eu falo e repito várias vezes (até que entre na cabeça dos estudantes desavisados) que existem alguns métodos de estudo que já se mostraram pouco eficazes segundo um extenso estudo feito por John Dunlosky e seus colaboradores. São eles:

  • Grifar texto;
  • Fazer resumo;
  • Reler o texto após uma primeira leitura;
  • Mnemônica por palavra-chave;
  • Apoiar-se em imagens para ajudar na memorização de um conteúdo de um texto.

Por outro lado, as técnicas que se mostram mais eficazes são:

  • Praticar (com questionários ou exercícios);
  • Estudo distribuído (não estudar grandes quantidades de conteúdos de uma vez);

Caso você ainda não tenha lido sobre esses estudos, consulte esses posts anteriores nos quais já abordei essa explicação:

Como organizar os estudos?

Como aprender a estudar?

Como memorizar usando o palácio da memória?

E uma outra dica importante é fazer as anotações à mão em vez de digitar no computador. E isso eu explico neste post aqui.

Uma última dica…

Se você acha que não teve um bom desempenho nos estudos no ano de 2020, não se culpe. Ele foi atípico para todos e todas. Cada pessoa lidou com mais responsabilidades e adversidades que jamais previam. Estamos todos aprendendo com essa situação. Portanto, pegue essas dicas e tente tirar o maior proveito que puder.

Lembre-se que, para aprender melhor, é necessário também equilibrar a sua saúde física e mental. E saber balancear esses dois aspectos serão importantes para a sua vida inteira e não somente para o vestibular. Quando sentir que não está desempenhando bem suas tarefas, pare, respire e veja se não é necessário reequilibrar algo em sua vida. Sempre há tempo para recomeçar!

Bons estudos!

Compartilhe essa informação com mais gente que precisa saber dessas dicas. Também tem a versão em vídeo!