Como aumentar as chances de acerto em uma prova de múltipla escolha?

Publicado em 15/04/2022 por Luzia Kikuchi

Você já deve ter feito provas com questões de múltipla escolha em algum momento da sua vida.

Embora, à primeira vista, pareça um tipo de questão fácil, você só terá essa impressão, se tiver um mínimo de conhecimento sobre o assunto abordado na questão. Quando não se tem domínio do tema abordado, as provas dissertativas podem te dar mais liberdade e argumentos para convencer o examinador que corrigirá sua prova (obviamente, não pode “encher linguiça” no seu texto, de qualquer forma). Mas, ao menos, terá a chance de pontuar parcialmente nessa questão.

Já as provas objetivas ou as questões com respostas de múltipla escolha não te dão nenhuma liberdade nesse sentido. Ou se sabe ou não sabe. Se você errou por pouco, vai perder ponto da mesma forma como uma pessoa que não sabia nada e apenas “chutou” a questão.

E é nesse último ponto que quero abordar o post de hoje: o “chute” ou escolher uma resposta sem nenhum critério objetivo. Será que é possível assinar numa única alternativa como resposta, em uma prova com questões de múltipla escolha, e ter a “sorte” de tirar a nota mínima para aprovação?

É muito pouco provável…

Ao menos nas provas que envolvem vagas para concursos públicos ou mesmo os vestibulares, normalmente, as distribuições das respostas são mais homogêneas. Ou seja, evita-se que alguém possa ser aprovado em uma prova por simplesmente ter escolhido uma única alternativa como resposta.

Para tirar prova desse fato, eu fiz a análise dos gabaritos dos últimos 11 anos do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), que é aplicado em todo o Brasil, todos os anos.

Para entender a análise, eu fiz as seguintes escolhas:

  1. Utilizei o gabarito da prova azul, somente das provas presenciais;
  2. Os gabaritos envolvem os dois dias de aplicação de prova;
  3. Para efeitos de comparação, analisei em separado os gabaritos que contêm a prova de língua inglesa e outra de língua espanhola;
  4. Em anos que houve a questão anulada, calculei sob o número total de questões válidas.

Nas figuras a seguir, é possível observar a distribuição do número de questões por alternativa e a respectiva porcentagem que representa da prova daquele ano.

Figura 1 – Distribuição da prova do ENEM, com opção de língua inglesa, de 2011 a 2015.
Figura 2 – Distribuição da prova do ENEM, com opção de língua inglesa, de 2016 a 2021.
Figura 3 – Distribuição da prova do ENEM, com opção de língua espanhola, de 2011 a 2015.
Figura 4 – Distribuição da prova do ENEM, com opção de língua espanhola, de 2016 a 2021.

Observando as figuras de 1 a 4, é possível notar que os gabaritos desses últimos 11 anos tem uma variação de distribuição percentual de, no mínimo, 15% e, no máximo, 25,6%.

Se todas as alternativas fossem igualmente distribuídas, esse percentual deve ser de 20%. Então, pela distribuição observada, a maior variação é de 5,6% e a menor de 5%. Parece muito, mas, levando em consideração que são 180 questões, distribuídas em dois dias, supondo que, num dos dias de aplicação de prova, houvesse 5% de variação na distribuição, então o número de questões aproximado seria entre 4 a 5 a mais em uma alternativa em detrimento de outras.

Contudo, ainda que você fosse o sortudo ou a sortuda que escolheu responder, a prova inteira, justamente na alternativa que tinha a mais naquele gabarito, sua chance de acerto ainda é de, no máximo, 25,6% da prova. O que é muito improvável que te leve a aprovação.

Mas, então, como aumento minhas chances de acerto?

Essa primeira parte deste texto foi só para demonstrar que não é possível tirar uma boa nota de prova, escolhendo uma única alternativa como resposta.

Agora, vou falar sobre como aumentar as chances de acerto, caso você esteja em dúvidas entre, por exemplo, entre duas alternativas? Como aumentar a chance de acerto no seu gabarito final?

As técnicas de como calcular isso eu falo neste vídeo, que vai ao ar a partir das 21h.

Neste link, vou deixar disponível a planilha na qual fiz os cálculos das questões para você aplicar em outra prova para verificar a distribuição de porcentagem das alternativas corretas.

E você? Já conhecia essas técnicas de aumentar as chances de acerto em provas de múltipla escolha?

Publicado por

Luzia Kikuchi

Uma entusiasta em neurociência, apaixonada por ensino-aprendizagem e uma eterna aprendiz de professora.

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