Como adquirir o hábito de leitura e otimizar os estudos? Dicas de apps para otimizar as suas leituras

Publicado em 11/06/2021 por Luzia Kikuchi

Verdade seja dita: para ler, é preciso estar com a mente “quieta”. Pelo menos, eu acredito nisso. É muito difícil ter concentração em uma leitura, se o seu cérebro está cheio de preocupações ou “acelerado” pensando em outras novidades e informações que surgem a todo momento, tanto pelas redes sociais quanto pelos buscadores da internet.

Outro ponto crucial é que, nem todo mundo consegue ler em qualquer ambiente. Por exemplo, vejo muitas pessoas lendo no ônibus ou no metrô, o que acredito ser uma excelente forma de otimizar o tempo, mas eu não consigo fazer isso. O motivo: ter uma condição de saúde chamada “mal de movimento” ou motion sickness.

Basicamente, é ter náuseas ao tentar fazer atividades que conflitam com seus sentidos sensoriais. Por exemplo, ao tentar olhar fixamente para as letras de um livro enquanto o corpo balança, o cérebro entra em “conflito” acionando uma região do sistema nervoso para vomitar.

Explicando de uma forma bem leiga, é como se o cérebro entendesse que algo errado está acontecendo com o seu corpo. Normalmente, isso é causado por um envenenamento ou intoxicação alimentar. Então, o cérebro envia um comando para “expulsar” esse agente nocivo, causando a náusea e, posteriormente, o vômito. A única diferença é que o cérebro não entende que o mal estar pode ser causado por outros fatores e não pelo alimento que você consumiu. Então, o motion sickness é o cérebro reagindo de forma “errada” sobre a sua condição de saúde.

O meu motion sickness é tão severo que sinto náuseas até mesmo quando fico olhando navegações dinâmicas em 3D na tela de um computador (como um Google Street View). Por esse motivo, jogos em 3D também nunca foram os meus preferidos, pois passo mal em alguns minutos. Talvez, com a realidade virtual isso mude para mim…

Mas, felizmente, com o avanço da tecnologia, surgiram outras opções de leitura como os livros digitais ou e-books e também os audiobooks que te oferecem formas mais flexíveis de manter a leitura em dia, inclusive, a última é particularmente útil para quem dirige muitas horas (desde que você não seja um(a) motorista iniciante).

No meu caso, o e-book foi uma das melhores formas de contornar o motion sickness, pois o maior problema estava no esforço de manter os olhos fixos em fontes muito pequenas enquanto o meu corpo balançava com o movimento do veículo de transporte.

Com a possibilidade de instalar aplicativos no celular como o Kindle ou mesmo o Google Livros, tive maior flexibilidade para ajustar o tamanho da fonte e o contraste das letras, facilitando a leitura sem muito esforço visual. Só com esses ajustes, consegui melhorar muito a minha capacidade de leitura dentro do transporte público.

Agora, se você tem muitos livros para ler, seja para os estudos seja por lazer, e quer ter uma estimativa de quanto tempo vai levar para fazer uma leitura, existe um ótimo aplicativo para chamado “cabeceira”.

O aplicativo “cabeceira” permite registrar os livros que está lendo ou pretende ler (inclusive acessa os títulos no banco de dados do Goodreads, que é um dos maiores sites de catalogação de livros) e também calcula o seu ritmo de leitura. Para isso, basta escolher o título que começará a ler, definir a data alvo para terminar de lê-lo, e acionar um cronômetro ao iniciar a leitura. Depois, o aplicativo informa, de acordo com o seu ritmo de leitura, quanto tempo será necessário se dedicar todos os dias para conseguir alcançar a sua meta.

Para saber como o aplicativo funciona, veja no vídeo o passo a passo:

O leitor da Amazon: Kindle e suas vantangens

Confesso que eu sempre fui muito resistente a ler e-books. Gosto de sentir o cheiro do papel do livro, a textura das páginas e tê-los guardados na minha estante. No entanto, com o tempo, percebi que ter um leitor onde é possível carregar milhares de livros de uma forma leve e prática acabou me convencendo de comprar o dispositivo Kindle. Hoje, tento sempre comprar livros na versão do Kindle e opto pelo livro físico apenas quando não tenho mesmo a opção no digital.

E para quem tem o Kindle ou usa o aplicativo dele no celular, também é possível ter uma estimativa do tempo de leitura, que é medido conforme o tempo que fica em cada página. A grande vantagem do dispositivo Kindle é a durabilidade da bateria, que só em modo de espera dura semanas, e de não perder o foco com notificações, como aconteceria no tablet ou no celular.

Outra vantagem do Kindle é o conforto visual, mesmo em ambientes muito iluminados, pois não causa reflexo. Por isso, ele é muito mais confortável para ler no sol, até mesmo quando comparado a livros físicos cujas páginas são brancas.

Na época em que eu comprei, em 2016, a Amazon havia lançado uma versão de entrada (8ª geração) que não possuía luz de fundo, o que deixava o preço bem acessível (cerca de R$ 199 que poderia ser pago em até 12 vezes sem juros). A desvantagem é que não é possível lê-lo em lugares sem luz.

Minha biblioteca do Kindle.

Hoje, essa versão não existe mais e todos já vêm com luz de fundo, com um preço a partir de R$ 349. Existe uma versão mais sofisticada como a Oasis, mas com um preço mais salgado (em torno de R$ 1.299), que não é muito diferente da intermediária chamada Paperwhite que custa na faixa de R$ 499.

Segundo as especificações da Amazon, a vantagem da Oasis em relação à Paperwhite é um controle mais fino da temperatura da luz da tela (deixar mais branca ou amarela) e também do seu sensor de luz, que se ajusta conforme o ambiente que está. Mas, honestamente, não entendi por que isso gera tanta diferença de preço…

Como adquirir o hábito de leitura?

O hábito de ler, mesmo quando não se tem obrigação para tal, é algo que se desenvolve com o tempo. Encontrar um assunto de seu interesse é o primeiro passo para começar a adquirir esse hábito, mesmo que demore um pouco.

No meu caso, a minha paixão por livros começou por volta dos 4 ou 5 anos de idade. Meu pai, todo mês, trazia um livro novo de conto de fadas de uma coleção chamada “Conto ilustrado” da Editora Scipione. Este foi o primeiro livro que adquiri:

Eu lia tanto esse livro que, na falta de novidade até o próximo mês, comecei a procurar palavras que nunca tinha ouvido falar no dicionário. Uma das palavras que aprendi foi “presunçosa” (que não tinha nada a ver com “presunto”…)

Caso não conheça o significado, segue a definição do dicionário Michaelis:

pre·sun·ço·so adj sm

1 Que ou aquele que se julga melhor, mais inteligente, mais competente, mais bonito etc. que as outras pessoas; presumido, presuntuoso, pretensioso, suficiente. 2 Que ou aquele que tem apenas conhecimentos superficiais sobre algo, porém revela-se pedante; presumido, saberente, saberete.

Fonte: Dicionário Michaelis Online.

Mas, confesso que, em algum momento da minha vida, acabei perdendo esse hábito de ler por prazer. O motivo foram os mais diversos: falta de acesso aos livros com assuntos que eu achava interessante ou falta de dinheiro para comprar os títulos que eu queria. Por outro lado, adorava ler os gibis da Turma da Mônica, mas, como a leitura era muito rápida, não conseguia comprar com tanta frequência a ponto de sempre ter um volume novo em casa.

Acredito também que perdi o hábito de leitura por prazer quando comecei a ter uma série de paradidáticos durante a fase escolar. Havia um ou outro título interessante, como a coleção “Salve-se quem puder”, que deixava por conta do leitor a escolha do fluxo da narrativa da história. Para isso, em uma determinada página, o autor dava duas opções: “se você quer fazer isso, vá para a página x.” ou “se você prefere outro, vá para a página y.”. Eu achava isso o máximo!

Encontrei na amazon vendendo ainda.

Título: A maldição do ídolo perdido
Autor: Gaby Waters e Graham Round
Editora: Scipione
Crédito da imagem: amazon.com.br

E, entre os títulos paradidáticos, que precisei ler para a escola, um dos quais me lembro de ter sido a minha pior experiência de leitura na época foi o “Quem manda em mim sou eu” da Fanny Abramovich. Nada contra a escritora, mas não me identifiquei com a personagem, ainda que fosse uma adolescente como eu na época. Achei a personalidade da personagem muito estereotipada, no pior sentido da palavra. E isso me fez sentir como se tivesse “perdido” tempo com a leitura rs (Sim, eu era uma menina um tanto “excêntrica”…).

Porém, foi um pouco antes da época do vestibular que tive a oportunidade de ler os livros da saga do Harry Potter da J.K. Rowling e foi aí que voltei a me apaixonar novamente pela leitura. Embora tenha parado novamente por conta do vestibular, aquele sentimento de querer encontrar algo bom para ler acabou permanecendo em mim. O que, posteriormente, me fez voltar a ler com uma certa frequência.

É verdade que, principalmente, durante o mestrado ou doutorado concentrei as minhas leituras em livros mais técnicos. Mas, eles acabavam também virando uma fonte interessante de lazer. Portanto, a melhor dica para criar o hábito de leitura é experimentar novos títulos. Se achar que não está gostando de um livro e que está muito difícil de acompanhar, pare. Deixe um pouco de lado e volte outra hora ou encontre um novo título. Nesse quesito, o Kindle ou mesmo o Google Livros é ótimo para ter uma noção antes de comprar um livro, pois você pode baixar uma amostra gratuitamente.

Além disso, o fato de não gostar de uma obra pode ser por problema de tradução, quando for o caso. Por isso, sempre que possível, tente optar pelas traduções feitas pela Companhia das Letras ou da Record, que fazem um excelente trabalho de adaptação contextual da linguagem. Então, para os livros clássicos, cujas palavras rebuscadas podem atrapalhar bastante o fluxo de leitura, opte por boas traduções. Isso mudará bastante a sua experiência de leitura.

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Publicado por

Luzia Kikuchi

Uma entusiasta em neurociência, apaixonada por ensino-aprendizagem e uma eterna aprendiz de professora.

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